22 maio 2009

Encostos

Minha avó Mundoca, gosta de dizer que eu sou muito abusada (depois conto umas dela, e vocês decidem quem é quem), e que maltrato as pessoas, principalmente os meus ex-namorados... Mas vá lá meu povo!
Uma coisinha que requer a maior diplomacia do mundo é lidar com o seu/sua ex, e os meus são particularmente uma bênção (para não dizer o contrário). Sendo que, com exceção de um, vivo me perguntando até hoje onde diabos eu estava com a cabeça quando namorei esses fulanos.
Vamos a duas historinhas interessantes a serem destacadas no meio de tanta decepção:

Se eu não me engano era final de 2007, e eu estava feliz da vida como sempre passando ferias na casa da minha saudosa (para todo sempre) Geruza. Fazendo aquela social, comendo doce de buriti em casa alheia, revendo os meus amigos queridos, até que uma bela manhã não mais que de repente, me aparece o ditu-cujo na casa da minha avó, na maior cara de pau, querendo me ver.
Mas qual o problema Gerusa?! É o que você deve estar se perguntando, afinal todos somos seres humanos e civilizados podendo manter uma relação harmoniosa de amizade com um ex-namorado/ada. E até aí eu concordo plenamente e defendo, mas não quando uma das partes, durante todo o período do namoro vive tentando dividir você entre ele e o seu melhor amigo (onde já se viu mulher ter melhor amigo homem?), e ficar duvidando da sexualidade deste (então, nesse caso, esse teu amigo só pode ser veado) na sua frente. Sendo que você odeia mesmo gente com esses esteriótipos idiotas. Sem contar que o mesmo fulano, numa atitude de insensibilidade (que já deveria esperar) diante de todas as vezes que você fez a compreensiva quando ele te deixou esperando, para ir jogar Playstation com os amigos, ou quando a mãe dele te olhava de cara feia, ou quando o irmão dele dizia que você não prestava... Vai e termina contigo por telefone... E você descobre que ele já tinha outra.
Depois de toda a novela Mexicana, a pessoa vai à tua casa (uns três anos sem trocar uma palavra) e ainda faz a de ofendido por eu não ter avisado que estava por lá. Me diz, quem aguenta um negocio desse?

Mas o outro também foi interessante. E, só para inicio de conversa, era um bobo que só veio dizer pros amigos que a gente estava namorando depois de uns seis meses se vendo todos os dias, e pra piorar era possessivo, emocionalmente carente e cheio de umas conversas bestas. Como por exemplo, dizer que nós íamos nos formar, ele ia passar num concurso público, e eu trabalharia meio expediente, pois assim teria tempo para cuidar mais da casa, dos nossos filhos, e ficar sempre bonita para ele (Alô! Papo machista detected). Mas a gota d'água foi quando eu estava no auge do Movimento Estudantil, e ao invés dele me apoiar ficava reclamando que eu não tinha mais tempo pra gente ficar junto.
Quando, alguns meses atrás, eu encontro o ditu-cujo no ônibus (também depois de um bom tempo sem se falar), e ele me diz que eu traumatizei a vida dele...

Sabe qual é o problema desses dois? Eu sei que eles estão merecendo um tratamento de choque, ajuda psicológica... Mas o problema maior foi de não enxergar no momento certo que um relacionamento é uma via de mão dupla, e não se pode exigir demais do outro quando não se dá nada em troca. E esse outro, por mais que seja bonzinho (viu, avóMundoça) acaba vendo mais cedo, ou tarde demais que perdeu tempo precioso, e nesses casos não há diplomacia que dê jeito.
Certo que todo mundo, uma vez ou varias (como é o caso da tapada aqui) vai passar por uma coisa dessas na vida. E o bom disso tudo é que saindo com as pessoas erradas é que aprendemos a ser amados como devemos e merecemos. Sem contar no serviço de utilidade pública que prestamos para o resto da humanidade ao ter o prazer de demonstrar que pessoas assim existem aos montes, mas você as esquecerá o mais rápido possível.

Mas elas vão lembrar de você, e da besteira que fizeram, pelo resto da vida.

09 maio 2009

Planos de vôo



Andei pensando, depois de um post que li no Amálgama, e percebi que sou uma pessoa estranha para os padrões atuais. Tudo isso porque eu faço planos a longo prazo, e o que é pior, sigo eles a risca. Eu sonho.
Desde criança eu dizia umas coisas, como por exemplo, que iria me formar na universidade com 22 anos, e acho que esse foi o plano mais a longo prazo da minha vida. Tanto eu me lembro que ficava sentada fazendo os cálculos, só para ver se ia dar tudo certo... E eu só tinha uns seis anos e era (me achava) uma bobona de óculos aro marrom e sem amigos. Mas eu tinha um sonho, e isso pra mim era muita coisa. E no meio desse devaneio vinha tanta coisa, tanta vontade... De ser nutricionista só para cuidar da dieta da vovó; aeromoça e poder fazer conexão internacional para Paris; medica e viajar pro meio da Amazônia cuidando dos índios; jornalista (eu vi Watergate altas horas da noite no Corujão, escondida da mamãe) para desvendar todos os podres da política; designer para projetar coisas que facilitassem a vida das pessoas...
E foi tão engraçado quando eu percebi que meus planos eram cada vez mais reais, e que as coisas vão acontecendo no mesmo instante que você respira e, graças as todas as condições favoráveis que eu tive, vou fazer 22 anos em Agosto e caminho para me formar em Pedagogia. Ou seja, estou a beira de concretizar o maior plano da minha vida, já que tudo o que veio antes, durante, e tudo o que virá depois será por causa e efeito deste meu grande plano! Eba!

Mas, é daí Gerusa!? Tu vais te formar, parabéns... Só que até agora eu não entendi aonde tu quer chegar.

O problema é que muita gente me pergunta o que é que eu vou fazer depois que me formar, o que vai ser da minha vida. Varias pessoas me dizem que adiam a formatura ao máximo, ou que fazem varias graduações para não ter que sair do meio da universidade, pois, não saberiam viver ou ter amigos em outro lugar, e não entendem como eu, uma pessoa que teve todas as experiências legais e construtivas que essa meio proporciona, que fiz grandes amigos, participei de grandes movimentos, estive em festas sempre memoráveis, fui referência de curso... Como é que eu posso querer com tanto afinco sair dali?

E eu respondo que eu vou continuar fazendo o que eu sempre fiz: viver!

O grande lance em se fazer planos a longo prazo é que você sempre tem duas possibilidades: ou você se dá super bem, ou quebra a cara. E para que tudo dê certo é preciso fazer escolhas e arcar com a responsabilidade que elas trazem, o que, no meu ponto de vista, é o mais legal pois te faz crescer como gente, ter maturidade pra cair e levantar, e até perceber a tempo se por acaso tal escolha é mesmo a melhor pra sua vida. E por isso eu digo que me sinto diferente, porque não tive medo de fazer planos numa sociedade onde gente da minha idade, e com as mesmas oportunidades que eu tive e até mais, não sabem se calçam a luva ou colocam o anel. Sentem medo de pensar no futuro, afinal somos tão jovens.
Eu olho para minha mãe e penso que na minha idade ela já morava sozinha a um bom tempo, estudava enfermagem, trabalhava, namorava o meu pai... E com 23 anos já tinha o meu irmão mais velho. Vejo e fico pensando o quanto os jovens de hoje adiam a responsabilidade sobre as suas próprias vidas, como se quisessem viver em uma festa sem fim, com medo do estrago e da faxina do dia seguinte. Como certos amigos meus que planejam a sua vida por semana, no máximo por semestre, segurando nas arestas, com medo dos grandes saltos.

Posso até quebrar a cara, mas me jogo do ninho, pois, eu sei que sou um passarinho e posso voar. E você, que ainda está aí dentro olhando a casca que se rachou, pensa que é o quê?

Depois eu conto os meus novos grandes planos...

03 maio 2009

Merci Fani

A Stephanie me mandou um depoimento no orkut. E pra quem não sabe, ela é a minha melhor amiga física (pois é, tenho grandes amigos físicos e virtuais) a três anos, e como acho que devo responder o seu "depô" a altura, eu resolvi que vou comentar esta loucura aqui.

Olá! Não sei se preciso mesmo escrever algo(Claro que não! A três anos que somos super amigas, e só agora que tu me mandas um depoimento no Orkut, sua palhaça).
Já disse que és a minha irmã mais velha, meu superego(Esse negocio de superego é só pra enfatizar a minha suposta mania de controlar tudo ao meu redor... Só sou super metódica oras, vocês que são relaxados demais). Mas o fato é que dividimos a tua mãe (e seus beijús) :D (Fazer o que, não é?! Todos os meus amigos gostam da minha mãe, por que ela insiste em fazer beijú com leite condensado quando esses folgados aparecem aqui em casa).

Adoro lembrar ...
... Que se eu não puder dormir em casa por ter esquecido a chave na casa de alguém, poderei bater na tua porta( e olha que nesse dia nós só bebemos umas três cervejas, uma meiota de cachaça de abacaxi e outra meiota de cachaça de goiaba, que compramos lá no Batista, onde ao todo éramos quatro...) ;
... Que se eu aparecer com fome e sede na tua casa, serei recebida com o maior carinho de toda a família ;
... Que se eu tiver uma crise, eu poderei chegar aos prantos na tua casa e tu só perguntará o porquê depois de sentir que já estou melhor pra falar(Isso não é nada, pois tu faz o mesmo por mim) ;
... Que se eu quiser levar meu namorado pra apresentá-lo a tua mãe, ela o recebe caprichando no almoço e ainda te pergunta por que tu não faz o mesmo - hahaha( Eu mereço! Isso tudo é por que Dona Dezi não é tua mãe... E só pra que tu tenhas uma ideia da minha família, outro dia ela ficou resmungando que vira e mexe o Daniel me manda um livro, e que não sabe o que ele quer comigo. Ah! Teve a minha tia também, que disse que o nariz do Dowglas é muito feio... Agora o detalhe: nenhum dos dois aqui mencionados namora a minha pessoa. Só daí tu imagina o caos...) ;
... Que tu me dá os melhores conselhos, mas que não sou a única a não conseguir segui-los ;) ( Só pra constar que, se por acaso está se referindo a mim, ando seguindo os meus conselhos muito bem) ;
... Que por mais que te ache doida como pedagoga, tu será minha comadre (Meus amigos são assim... Não satisfeitos em denegrirem minha imagem pessoal, ainda aproveitam pra jogar pedra na imagem profissional. E ai de ti, palhaça, se eu não for a madrinha do teu baby) .

Quero mesmo é agradecer todo o carinho e confiança que me passaste. Te guardarei sempre comigo, longe (Já que um dia essa maluca volta pra França) ou perto fisicamente. Mas toda distância será passageira !

Merci Fani.