Essa semana fui pega de surpresa nos corredores da UFMA pela minha colega de curso Lucileide Martins, muito feliz por sinal já que estava indo apresentar sua monografia. aproveitou a oportunidade e me convidou para assistir.
Nunca tinha tido a oportunidade de ver uma apresentação desse tipo, ainda mais com um tema tão interessante:
"A representação social do negro nos livros didáticos".
Interessante pelo olhar critico sobre os até então inocentes livros utilizados pelas crianças de 1ª a 4ª serie do ensino fundamental das escolas municipais de São Luis.Dentro deste conjunto foram estudados apenas os livros de História, e a maneira como os professores ministravam os conteúdos relacionados aos negros na sala de aula, e como enxergavam o tratamento dado ao negro nestes livros.
Através do estudo das imagens contidas neste livros pode-se notar que na maioria das vezes as imagens mostravam o negro em situações estereotipadas, de marginalidade social, desestruturação familiar e econômica (tinha um livro em que 100% das imagens estavam neste perfil).Quando comparadas as imagens nas quais aparecem pessoas brancas é que se pode notar esse processo discriminatório.
O mais grave nisso tudo era a falta de percepção dos professores para esta peculiaridade. A maioria, com excessão de uma professora, afirma que os livros não tratam o negro de maneira estereotipada e não tem conhecimento de nenhuma ocorrência de discriminação as crianças negras na escola. Além do mais eles não possuem nenhum conhecimento da Lei 10.639, de 09 de Janeiro de 2003, que institui a obrigatoriedade da inclusão de História e Cultura Afro- Brasileira no Currículo escolar, assim como a comemoração do 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra, nas escolas.
A monografia da Lucileide é apenas mais uma das muitas pesquisas que mostram como a cultura de discriminação ao negro e disseminada de maneira velada pela sociedade através da escola, da campanha feita pela mídia contra as cotas (isso é outra historia que não cabe aqui) e até nas famigeradas novelas da Rede Globo, Record e companhia, onde os papeis dados a negros são sempre de empregada domestica assediada pelo filho do patrão, favelado, bandido. E se a mulher e negra então nem se fala.
Mas voltando aos livros didáticos, é necessário que os professores tomem conhecimento da Lei, e tenham uma formação critica sobre o assunto (apenas um deles tinha curso superior).É essencial também a participação destes na escolha dos livros que serão usados na sala de aula, que façam uma discussão seria com os alunos sobre o que o livro apresenta como realidade, e se isto condiz com a sua vivência.
Nós aprendemos na Pedagogia que a escola é sim reprodutora de um sistema opressor, mas também é a única capaz de romper com este ciclo.Por isso defendemos que toda Educação deve ir no sentido de fazer do homem o dono de sua propia historia para que possa ser sujeito de sua libertação das amarras que o subjugam.
PS: Parabéns para o meu querido amigo Raul, mais novo acadêmico da UnB. Você merece isso e muito mais!
Nunca tinha tido a oportunidade de ver uma apresentação desse tipo, ainda mais com um tema tão interessante:
"A representação social do negro nos livros didáticos".
Interessante pelo olhar critico sobre os até então inocentes livros utilizados pelas crianças de 1ª a 4ª serie do ensino fundamental das escolas municipais de São Luis.Dentro deste conjunto foram estudados apenas os livros de História, e a maneira como os professores ministravam os conteúdos relacionados aos negros na sala de aula, e como enxergavam o tratamento dado ao negro nestes livros.
Através do estudo das imagens contidas neste livros pode-se notar que na maioria das vezes as imagens mostravam o negro em situações estereotipadas, de marginalidade social, desestruturação familiar e econômica (tinha um livro em que 100% das imagens estavam neste perfil).Quando comparadas as imagens nas quais aparecem pessoas brancas é que se pode notar esse processo discriminatório.
O mais grave nisso tudo era a falta de percepção dos professores para esta peculiaridade. A maioria, com excessão de uma professora, afirma que os livros não tratam o negro de maneira estereotipada e não tem conhecimento de nenhuma ocorrência de discriminação as crianças negras na escola. Além do mais eles não possuem nenhum conhecimento da Lei 10.639, de 09 de Janeiro de 2003, que institui a obrigatoriedade da inclusão de História e Cultura Afro- Brasileira no Currículo escolar, assim como a comemoração do 20 de Novembro, Dia da Consciência Negra, nas escolas.
A monografia da Lucileide é apenas mais uma das muitas pesquisas que mostram como a cultura de discriminação ao negro e disseminada de maneira velada pela sociedade através da escola, da campanha feita pela mídia contra as cotas (isso é outra historia que não cabe aqui) e até nas famigeradas novelas da Rede Globo, Record e companhia, onde os papeis dados a negros são sempre de empregada domestica assediada pelo filho do patrão, favelado, bandido. E se a mulher e negra então nem se fala.
Mas voltando aos livros didáticos, é necessário que os professores tomem conhecimento da Lei, e tenham uma formação critica sobre o assunto (apenas um deles tinha curso superior).É essencial também a participação destes na escolha dos livros que serão usados na sala de aula, que façam uma discussão seria com os alunos sobre o que o livro apresenta como realidade, e se isto condiz com a sua vivência.
Nós aprendemos na Pedagogia que a escola é sim reprodutora de um sistema opressor, mas também é a única capaz de romper com este ciclo.Por isso defendemos que toda Educação deve ir no sentido de fazer do homem o dono de sua propia historia para que possa ser sujeito de sua libertação das amarras que o subjugam.
PS: Parabéns para o meu querido amigo Raul, mais novo acadêmico da UnB. Você merece isso e muito mais!
Um comentário:
Na realidade, o Brasil não sabe o que está perdendo ao não estudar a cultura afro, pois além de ser riquíssima, ajuda a desvendar nossas raíses (apesar de alguns racistas ainda insistirem em afirmar ser 500% branco, o que é virtualmente impossível no Brasil).
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