28 janeiro 2009

Talvez...

- Eu vou sentir sua falta...
- Eu também vou sentir falta de nós.
- Tua acha que algum dia a gente vai ficar junto novamente?
- Pra te dizer a verdade eu não sei... Talvez, depende de certas circunstancias.

Por que será que um mundo inteiro cabe dentro de um talvez? Qual a necessidade de requerer todo este espaço? Todo este vazio, em uma única palavra. Todo um pesar da incerteza.

Tudo em nossa vida deveria requerer clareza nas expressões, e alimentar a teoria de que tudo tem dois lados. No caso aqui o sim, ou não. Mas o talvez é para turvar, como o encontro de dois rios de coloração distinta, e você lá, se afogando na onda que se forma na sua mente, depois da palavra ecoada em sons metálicos. Vai e volta, vai e volta, como na beira de praia.

Ouvi uma vez, não sei aonde, que o acaso é o que há de mais justo neste mundo, pois está livre dos pré-julgamentos, e tudo vai girar em torno da sua sorte. Se ventou pro oeste, se você deu uma topada na pedra, se decidiu sair ao invés de ficar, ou então se a lua do seu signo está em Saturno (?). Que acaso cruel.Que dor para quem se deixa tragar por esta roda-viva. Que dó de não saber o que virá.

Pois com o sim você fica feliz, e segue sua vida. Com um não você chora e se desfaz, porém você é forte e junta os seus pedaços que te fazem outro, e sendo assim, mesmo não sendo mais(eu, tu, nós, você), você segue sua vida. Mas quando o outro abre a boca, com um talvez ele te acorrenta e , estacionado, não podemos provar nem luz, nem de sobra. O limbo... É, o talvez é o limbo para todas as partes.

Então me diz qual é o problema com o sim e o não. Somos tão irredutíveis que não podemos voltar atrás? Ou somos tão fracos que não podemos impor a palavra dada?

Eu sei que que doí ouvir certas coisas. Sei também que muitas vezes não sabemos nem o que dizer, então não diga. Cale-se!
Mas se o momento te puxa respostas não hesite. Volte ou vá embora, e, se achar que deve, volte novamente.

- Então, o que me diz agora?


21 janeiro 2009

Toda mulher é meio Jessica Rabbit


Eu lembro de quando tinha uns 7 anos, e adorava quando passava "Uma cilada para Roger Rabbit" na Sessão da Tarde. Pois é uma coisa muito lúdica e fantástica a idéia de desenhos convivendo com gente de verdade... E eu cheguei até a imaginar que em Hollywood era assim.
Mas o mais interessante disso tudo é que, enquanto minhas amiguinhas e primas sonhavam em ser a Cinderella e todas as outras Princesas de Wall Disney, eu desejava fervorosamente ser Jessica Rabbit.E pensando nisso agora percebo que Jessica Rabbit é a melhor! E diz muito sobre a personalidade de muitas mulheres hoje.

Eu assistia as Princesas Disney, com suas carinhas angelicais, sua vozes aveludadas e líricas... E sua vida sofrida pra burro! Mais que saco! Eu pensava com meus botões. Porque elas eram muito bobinhas, muito boazinhas, e oh! Como sofriam na mão de qualquer transeunte, e dependiam sempre de um príncipe pra salvá-las.
E eu na frente da tevê pensando - Mais que chato ficar esperando alguem pra te salvar. Se fosse eu já tinha dado um jeito. E assim eu ia sendo criada com a idéia de umas garotas que dependiam dos outros pra viver. Até que conheci a Jessica.
Ela sim é garota esperta, como diriam os cariocas. Daquelas que não tem rostinho angelical, é sexy, poderosa, inteligente e sabe se virar, sem medo de usar o que tem de melhor a seu favor. Pois Jessica não espera que ninguem a salve... Na verdade e ela que salva o Roger, seu coelho-marido!E isso reflete que, na realidade os homens precisam tanto da gente quanto podemos precisar deles, assim como Roger e Jessica foram feitos um pro outro, apesar de aparentemente nada em comum.
E mesmo tendo a forma física inimaginável (sim, pois esse não é, nem de longe um filme para ser considerado infantil) Jessica tem lá seu defeitos,o que a torna mais humana e proxima de nós. E por essas e outras está na cabeça de todos os homens, e na alma de varias mulheres que, como eu, um dia desejaram estar dentro daquele tubinho longo e vermelho causando por ai. Mas que mesmo sem ele ainda batem um bolão.

Viva Jessica!

08 janeiro 2009

Jogo de Bola no domingo



Olha que imagem mais comum, de dois garotos rindo lado a lado. E seria até banal se um não fosse Israelense e o outro Palestino.
Essa imagem, e as cenas e relatos do documentário "Promessas de um Novo Mundo", ficaram na minha cabeça durante muito tempo, e tem me ajudado a compreender o por quê desta Guerra estar se arrastando a tanto tempo. E para além me mostrou que, apesar de todo horror e insegurança que é viver naquele território, os seus habitantes sabem ter os seus momentos e levam as suas vidas. Para eles o estado de perigo é mais vivo e mais real que uma possível paz.
Esse documentário me pareceu interessante por ir buscar um outro lado, que não alcançamos nos noticiários, e tirar das crianças a imagem de vitimas, e coloca-las em frente a câmera para dar-lhes voz. E assim tentar saber o cotidiano de uma infância que está em constante ameaça.
É assustador perceber a carga de ódio na fala de alguns. De ver como ambos, Israelenses e Palestinos aprendem a defender e reivindicar um pedaço de terra com tanto sangue derramado como seu, seja pelo direito divino, seja pelo direito ancestral. A força com que juram vingança pela vida do colega de escola, que foi usurpada durante os conflitos, e a disposição de muitos, principalmente dos Palestinos, em dar a sua vida pela sua causa. E confesso que os depoimentos das crianças Palestinas foram os que mais me marcaram, pela força da convicção, pelo sofrimento que transmitem.
Não estou dizendo aqui que as crianças Israelenses não sintam a Guerra, mas devemos concordar que estão em maior vantagem pelos muros e soldados que as protegem. E você vai me dar razão se for procurar o saldo de mortos e feridos de cada lado nesses últimos
Eu também sei que os meninos e meninas de Israel tem medo de pegar um ônibus e ser surpreendida por um homem bomba. Mas estes pequenos não foram tirados de suas casas, e tão pouco participam de uma Guerra onde sua única defesa são paus e pedras.
Só que fugindo de todo esse ressentimento, o Diretor do documentário propõe um encontro entre essas crianças. E esses sorrisos que você vê na foto são de infâncias que resistem dentro de corações de meninos assustados, mas que são apenas meninos. Que gostam das mesmas brincadeiras, mesmas comidas, e que sonham com a mesma coisa: Paz para o seu povo.
E eu desejo que seus sonhos, e o de milhares de outras crianças desta zona de conflito, sejam impulso suficiente para que toda essa barbaridade conduzida pelos adultos de hoje não vá adiante com as novas gerações.