08 janeiro 2009

Jogo de Bola no domingo



Olha que imagem mais comum, de dois garotos rindo lado a lado. E seria até banal se um não fosse Israelense e o outro Palestino.
Essa imagem, e as cenas e relatos do documentário "Promessas de um Novo Mundo", ficaram na minha cabeça durante muito tempo, e tem me ajudado a compreender o por quê desta Guerra estar se arrastando a tanto tempo. E para além me mostrou que, apesar de todo horror e insegurança que é viver naquele território, os seus habitantes sabem ter os seus momentos e levam as suas vidas. Para eles o estado de perigo é mais vivo e mais real que uma possível paz.
Esse documentário me pareceu interessante por ir buscar um outro lado, que não alcançamos nos noticiários, e tirar das crianças a imagem de vitimas, e coloca-las em frente a câmera para dar-lhes voz. E assim tentar saber o cotidiano de uma infância que está em constante ameaça.
É assustador perceber a carga de ódio na fala de alguns. De ver como ambos, Israelenses e Palestinos aprendem a defender e reivindicar um pedaço de terra com tanto sangue derramado como seu, seja pelo direito divino, seja pelo direito ancestral. A força com que juram vingança pela vida do colega de escola, que foi usurpada durante os conflitos, e a disposição de muitos, principalmente dos Palestinos, em dar a sua vida pela sua causa. E confesso que os depoimentos das crianças Palestinas foram os que mais me marcaram, pela força da convicção, pelo sofrimento que transmitem.
Não estou dizendo aqui que as crianças Israelenses não sintam a Guerra, mas devemos concordar que estão em maior vantagem pelos muros e soldados que as protegem. E você vai me dar razão se for procurar o saldo de mortos e feridos de cada lado nesses últimos
Eu também sei que os meninos e meninas de Israel tem medo de pegar um ônibus e ser surpreendida por um homem bomba. Mas estes pequenos não foram tirados de suas casas, e tão pouco participam de uma Guerra onde sua única defesa são paus e pedras.
Só que fugindo de todo esse ressentimento, o Diretor do documentário propõe um encontro entre essas crianças. E esses sorrisos que você vê na foto são de infâncias que resistem dentro de corações de meninos assustados, mas que são apenas meninos. Que gostam das mesmas brincadeiras, mesmas comidas, e que sonham com a mesma coisa: Paz para o seu povo.
E eu desejo que seus sonhos, e o de milhares de outras crianças desta zona de conflito, sejam impulso suficiente para que toda essa barbaridade conduzida pelos adultos de hoje não vá adiante com as novas gerações.

5 comentários:

Paulo Vilmar disse...

Gerusol!!!
E, será a paz possível?
Já não sei em que acreditar e já não acredito no que sei! A idade não traz certezas, nos redemoinha com mais dúvidas...
Mais um belíssimo post...
Beijos!

Anônimo disse...

Nossa até me esqueci do que ia comentar ao ler esse comentário acima. Se nem a idade traz certezas... que desgate em vão tenho feito à minha mente tentando encontrá-las.



P.S.: tem um selo pra vc no manguita.

bjo

Fóssil disse...

Só no sorriso dessas crianças posso confiar. Espero que os sonhos delas se encontrem e no futuro possam trazer uma realidade melhor. Para todos nós.

Parabéns, Gerusa!

MayCon SilveiRa... disse...

Com tudo, chego até me questionar, por quanto tempo esse conflito poderá durar, e se isso para eles são exemplos corretos a ser dados para essas novas gerações.

Anônimo disse...

Vim aqui meio atrasado (entre outras coisas, com textos sobre esse lance no Oriente, n sei se tu acompanhou no Am.)

Enfim, esqueci o que ia comentar quando li o que a Kleidiane comentou -- que esqueceu o que ia comentar quando leu o que o Paulo comentou.

depois eu lembro.